domingo, 6 de dezembro de 2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Poesias de Espinhos

Durante o Processo de Criação de Espinhos naturalmente foram sendo criados poemas por mim que guiaram a estrutura do trabalho prático. Seguem a seguir algumas das poesias de Espinhos

Olhos Trancados

Sou um corpo celeste
Esquisofrênico
Desorganizado e
Alimentado
De sentimentos sombrios e amargos
De carnes frias e dolorosas
De pele seca
E violentada pelos astros desalinhados
Pela distância da realidade
Pela personalidade escondida
Tímida
E desconsoloda
Enfim.
Minhas células funcionam dentro de uma fusão mal acabada
Entre signos de imagens falsificadas
Dolorosas
E amargas
E sombrias
E escuras
E arrogantes
E intolerantes
E para sempre espinhosas.
Meus vocábulos gritam
Se desesperam dentro de um modelo velado de infelicidade
De um encontro onde o sensualismo sodomista exalta com frescor e paciência
Uma paixão negra congênita e bastarda de mim mesmo.
(Reginaldo Oliveira)

Osmose entre fluxos:

O fluxo natural das coisas me persegue
Querendo penetrar-me
Dentro de uma possibilidade
Impossível de osmose
Meus ossos, músculos e células
Vibram essa relação musical intangível
Essa impossibilidade de corrente sanguínea
Em meu corpo.
(REGINALDO OLIVEIRA)



Habitar e Habitado:

Sentimento frio e calculado
Destruidor de estruturas
De sistemas vivos
De sentimentos de vida própria
De carne trêmula destraçada
Medonha
Apodrecida
Insípida e incolor
Em reencônditas peversas
Malígnas
Um sôfrego pedinte de solidariedade
Como um monstro que vítimas aguarda
Na madrugada fria e nublada
Prenuncia mortes de identidades vivas
Ao chão tropical das florestas amaldiçoadas
E obscuras
Com seus dentes peçonhentos.
(REGINALDO OLIVEIRA)

Sem Pé Nem Cabeça

Arranham-me os vermes ansiosos
Dentro de uma membrana fétida de vozes e vidas dissonantes
Dar-se início há uma trágica festa emocionante
Onde meu corpo apodrece
Por entre as decomposições da natureza
Embrulhado sobre larvas malignas de micróbios insensíveis.
(REGINALDO OLIVEIRA)

Desnudamento De Mim

Sozinho estou eu aqui
Aqui em nenhum lugar
Onde encontro-me e desencontro-me
Por várias vezes
De mim mesmo
Sugam-me os modos
Sugam-me as forças
Sugam-me as paixões
Sugam-me a personalidade já perdida
Agora apenas minha pele externa seu som tristonho e solitário
Apena a temperatura do meu corpo se comunica
Apenas minha língua se equilibra sobre a saliva que aos poucos desaparece
Agora estender-me-ei a mão
Desnudando meu corpo
Apresento minhas marcas
Minhas cicatrizes
Minhas dores
Libertando-se do artificialismo da vida
Da morte
Das coisas
Das coisas
(REGINALDO OLIVEIRA)